Após uma longa jornada de migração no oceano, encalhe na praia e reabilitação, 15 pinguins-de-Magalhães voltaram ao mar. O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), de responsabilidade da Petrobras, realizou a soltura dos animais no dia 30 de agosto, na Praia do Moçambique em Florianópolis/SC.
A Associação R3 Animal, executora do PMP-BS em Florianópolis, é responsável por parte dos resgates, reabilitação e reintegração à natureza. Após soltura, os pinguins seguem sua viagem de milhares de quilômetros em direção à Patagônia Argentina, onde estão suas colônias reprodutivas.
É o segundo grupo reabilitado neste ano pelo projeto. Na primeira soltura, no início de agosto, 16 pinguins tiveram a oportunidade de retornar ao habitat natural. “É sempre gratificante ver esse sucesso de reabilitação, graças à dedicação da equipe e de todos que estão envolvidos”, diz Matheus Marussi, médico veterinário do PMP-BS/R3 Animal.
Em Florianópolis, 2563 pinguins-de-Magalhães já foram registrados na temporada de migração 2024, dentre vivos e mortos, até 29 de agosto. Desse total, apenas 141 estavam vivos na hora do resgate, com sinais de afogamento e exaustão.
Os animais vivos são encaminhados para o centro de reabilitação da R3 Animal, onde recebem tratamento veterinário. A processo de reabilitação inclui ganho de peso, hidratação, equilíbrio da temperatura corporal e treino da piscina para melhorar o condicionamento físico e estimular a impermeabilização das penas.
Além dos resgatados em Florianópolis, a R3 Animal também reabilita pinguins vindos de outros municípios de Santa Catarina e previamente estabilizados. Nesta soltura, três pinguins foram resgatados na capital pelo PMP-BS/R3 Animal, cinco vieram do PMP-BS/Univille, três do PMP-BS/Univali, três do PMP-BS/Udesc e um foi resgatado em trecho que não abrange o projeto, no sul do estado.
No outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães partem de suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina, seguindo corrente marítimas em busca de alimentos em águas mais quentes, quando atingem o litoral brasileiro, principalmente as regiões Sul e Sudeste.
Os pinguins são gregários, mas é esperado que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência da primeira migração, e acabem encalhando nas praias quando já estão exaustos de tanto nadar, desnutridos e hipotérmicos. É comum que ações antrópicas, como petrechos de pesca e poluição marinha, agravem suas condições de saúde.
Ao encontrar um pinguim na praia:
– O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal) fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
– A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.