De volta ao lar: pinguins são soltos no mar após reabilitação em Florianópolis

Um grupo de pinguins-de-Magalhães reabilitado foi devolvidos ao mar no dia 5 de maio, a bordo de uma embarcação próxima à Ilha do Xavier, em Florianópolis/SC. Esse foi o último grupo de pinguins resgatado na temporada de migração de 2024 que permanecia em reabilitação na Associação R3 Animal, executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na Ilha de Santa Catarina.

Os três pinguins soltos encalharam em praias de diferentes municípios, no segundo semestre do ano passado: um em Florianópolis (SC), outro em Navegantes (SC) e o terceiro na Ilha do Mel (PR). Todos estavam debilitados, com sinais de afogamento no momento do resgate, e receberam tratamento veterinário até estarem aptos a retornar à natureza.

A soltura embarcada favorece que os animais retomem suas rotas migratórias nesta época do ano, que marca o início da temporada de migração dos pinguins-de-Magalhães durante os meses mais frios.

Os três pinguins soltos receberam transmissores via satélite, que vai possibilitar o monitoramento em tempo real de suas rotas migratórias. Um dos transmissores foi aplicado pela equipe de Pesquisa e Monitoramento do Projeto Albatroz, e os outros dois, pelo pesquisador Guilherme Bortolotto, professor de Ecologia Marinha da Aberystwyth University e parceiro da R3 Animal.

O objetivo é investigar o comportamento migratório e uso de habitat desses animais, gerando informações para embasar ações de conservação da espécie. “Vamos saber quanto tempo os animais levam para chegar às colônias e se o grupo permanece junto. Nós finalizamos o nosso trabalho na soltura, mas só saberemos se houve sucesso quando os pinguins chegarem aos seus locais de origem”, explica Cristiane Kolesnikovas, presidente da R3 Animal.

Monitoramento pós-soltura

Em dezembro de 2024, cinco pinguins reabilitados e soltos pelo PMP-BS/R3 Animal receberam transmissores via satélite, com duração da bateria estimada em três meses. Trinta e seis dias após a soltura, o boletim de monitoramento confirmou que todos os animais atingiram o litoral argentino, onde se localizam suas colônias reprodutivas, o que indica o sucesso da rota migratória.

O monitoramento pós-soltura, por meio de tags satelitais, permite avaliar a eficácia das práticas de resgate e reabilitação, além de planejar melhorias, como explica o pesquisador Guilherme Bortolotto. “Pinguins utilizam um habitat muito amplo no ambiente marinho, portanto a conservação dessa espécie pode contribuir para a preservação do ecossistema marinho como um todo”, analisa.

A trajetória percorrida pelos animais, desde Florianópolis, somou mais de 1000 km em direção à Patagônia Argentina. A instalação dos transmissores foi conduzida pelo Projeto de Monitoramento de Pinguins-de-Magalhães por Telemetria Satelital (PMPTS), uma condicionante ambiental que atende às exigências do IBAMA, fruto de um convênio entre a Perenco e a Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

A jornada dos pinguins-de-Magalhães

Todos os anos, no outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães deixam suas colônias reprodutivas, na Patagônia Argentina, rumo a águas mais quentes, onde há maior abundância de alimentos. Entre maio e outubro, muitos acabam atingindo o litoral brasileiro, principalmente as regiões Sul e Sudeste.

Durante a migração, é comum que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência, e encalhem nas praias exaustos, afogados, desnutridos e hipotérmicos. Ações humanas como petrechos de pesca e poluição marinha agravam a situação.

O que fazer ao avistar um pinguim na praia?

– Não tente devolver o animal para o mar;

– Jamais coloque o pinguim em contato com o gelo; animais debilitados costumam apresentar hipotermia;

– Não tente tocá-lo ou alimentá-lo;

– Afaste animais domésticos;

– Acione o resgate do PMP-BS: 0800 642 3341

A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

Uma linda parceria nasceu!

Os livros são capazes de nos fazer viajar e conhecer outros mundos! Não é mesmo? 

E que tal conhecer o mundo de Pituca e Damião e ainda ajudar a R3 Animal em seus projetos de educação ambiental? 

Pois é, educação ambiental e livros tem tudo a ver. 

Com a ajuda deles podemos trabalhar a empatia e o cuidado com o planeta, entre tantos outros valores.

A partir desta ideia surgiu a união entre a R3 Animal e o autor Filipe Gattino. Na compra do livro “O bem-te-vi e o morcego”, o 1º volume da Coleção Matas, 20% do valor será revertido para nossos projetos de educação ambiental, que buscam sensibilizar os pequenos e também os grandes para o cuidado com o planeta. 

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Você conhece a fauna marinha existente em Florianópolis?

A R3 Animal apresenta a Cartilha Fauna Marinha, desenvolvida pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) junto à Univali/Penha e adaptada por nós para a nossa região.

São 16 páginas sobre as espécies de animais marinhos que ocorrem no nosso litoral, as ameaças à biota marinha, e informações sobre a atuação da R3 Animal no resgate, manejo e reabilitação dos animais, além das atividades desenvolvidas no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (PMP-BS).

Um ótimo material para ser trabalhado como educação ambiental para as escolas e universidades. Fiquem à vontade para salvar ou imprimir.